Durante anos a Vila Tibério teve um ponto de referência do Botafogo além da sede do clube. Era a Casa do Atleta, situada à Rua Martinico Prado, próxima à Praça Coração de Maria, em frente a Confecções Pedro. Ali moravam os jogadores solteiros que vinham de outras cidades e os casados enquanto a família não se transferia para Ribeirão Preto. Lorico jogou três anos no Botafogo e nunca trouxe a família, para economizar, morava na Casa do Atleta. O apelido dele era “Tio Patinhas”.
Visita ilustre...
O gerente da casa era José Agnelli. Fiscalizava e principalmente aconselhava os jovens. A Casa do Atleta era uma atração na Vila, as pessoas que passavam pela Martinico Prado adoravam seus ídolos e a facilidade de contato com eles. Os jogadores recebiam com freqüência a visita do maior ídolo do momento, Dr. Sócrates. Aquele endereço era o seu preferido para buscar companhia para suas noitadas, mas estas são histórias para outras colunas.
Visita surpresa...
Polaco, lateral direito que veio do Paraná, em 1975, figura simpática, casado, daqueles acostumados a tirar a aliança nas viagens para se passar por solteiro. Na volta de uma viagem tarde da noite se esqueceu de recolocar a aliança no dedo. Deitou-se para dormir e foi acordado de madrugada pela esposa. Curvada à beira da cama e com a mão estendida ela batia no ombro dele e perguntava: “O que é isto?”, mostrando a aliança na palma da mão. Sem conseguir explicar, ele foi expulso de casa e às 05 da madrugada bateu na Casa do Atleta pedindo para dormir. Polaco ouvia esta história toda vez que um colega seu explicava porque o apelido dele era “Cartão Amarelo”.