Hoje entrou em nossa rotina o uso de um adereço que fez história em Veneza, uma das mais românticas e belas cidades da Itália, um tipo “hors concours” entre todas as outras. A velha “República Sereníssima”, a mágica Veneza que flutua elegantemente sobre o mar Adriático, ancorada majestosamente com todas suas características do século 15, quando era o todo poderoso elo entre o Ocidente e o Oriente. Mas, o que nos leva à Veneza o uso de tal adereço?Hoje entrou em nossa rotina o uso de um adereço que fez história em Veneza, uma das mais românticas e belas cidades da Itália, um tipo “hors concours” entre todas as outras. A velha “República Sereníssima”, a mágica Veneza que flutua elegantemente sobre o mar Adriático, ancorada majestosamente com todas suas características do século 15, quando era o todo poderoso elo entre o Ocidente e o Oriente. Mas, o que nos leva à Veneza o uso de tal adereço?
A famosa máscara veneziana. Tão charmoso quanta a própria cidade é o seu carnaval. Uma festa que existe há mais de mil anos e até hoje revive o tempo medieval com todos os detalhes da época. A atmosfera de mistério e magia fica por conta dos foliões usando luxuosos trajes medievais e que se escondem atrás de máscaras artisticamente confeccionadas.
E o cenário não poderia ser melhor: As negras gôndolas deslizando pelos canais, o emaranhado de becos e vielas que ainda conservam o mesmo mistério de épocas passadas e todo o encantamento da cidade, completam o clima nostálgico e romântico.
Tudo começou no século 11, na época do doge Vitale Falier que foi o responsável por parte da decoração em mosaico da Basílica de São Marco, mas a festividade foi reconhecida oficialmente no século 12. Durante os festejos os venezianos, homens e mulheres, podiam transgredir todos as regras proibidas em outras épocas escondendo-se atrás das máscaras e extravasando seus desejos mais reprimidos. Eram os chamados “anônimos venezianos”.
Assim, por um curto período, este disfarce permitia que os nobres e a plebe, pobres e ricos se misturassem numa alegria lúdica, expressando seus desejos mais secretos. Por preconceito, apenas às prostitutas eram proibidas o uso de máscaras. Até os religiosos se aproveitavam do disfarce para fazer tudo que não era permitido normalmente. Para maior mistério, completavam a vestimenta uma capa e um capuz ou chapéu pretos. Mas, as máscaras também eram usadas nos banquetes oficiais da República. Porém, em certas ocasiões o governo resolveu acabar com a festa e proibiu o uso de máscaras, pois elas começaram a ser usadas fora do contexto, como atividades ilícitas ou quando atentavam contra a moral.
Com a grande popularidade deste adereço, surgiram os famosos “maschereri”, artesãos especializados na fabricação de máscaras. A quantidade dos ateliês dos “maschereri” foi crescendo e essa arte veneziana ficou famosa no mundo inteiro. Atualmente, máscaras para todos os gostos e de todos os preços são exibidas nas ruas e lojas de Veneza para encantamento dos turistas, principalmente aquelas ornamentais, tornando-se em uma das principais fontes de renda da cidade.
Mas, em outras culturas também encontramos o uso de máscaras. No Egito elas eram usadas para cobrir o rosto do morto, pois facilitava a passagem para a vida eterna. Na Grécia Antiga e na Roma Antiga, elas eram usadas no teatro para representar personagens. Mas, as máscaras sempre estiveram presentes na história da humanidade. Em vários continentes eram usadas em rituais religiosos e em várias tribos com diferentes significados, como representação de um deus ou espírito ou dar poder a um guerreiro.
Bem, temos também os heróis e vilões que surgiram nos chamados “gibis” de antigamente e agora brilham no cinema, muitos deles mascarados. Quem não se lembra do Zorro? E mais recentemente, do Batman?
O certo é que a máscara atualmente é o adereço mais importante de nossa rotina. Não é mais um adereço carnavalesco em Veneza ou no Brasil. Deixou de ser fantasia para se tornar realidade e em uma das maiores aliadas para nos livrar desta pandemia que tomou conta do mundo. Em meio a tantos prós e contras, ricos ou pobres, famosos ou não, somos todos “anônimos venezianos” para garantir a segurança de nossas vidas.